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segunda-feira, 19 de março de 2012

Culto não é sinônimo de produto, Cristão não é sinônimo de cliente

Por Sidney Menezes

Já a algum tempo tenho me perguntado porque as pessoas passaram  a ir em cultos somente para receber algo, tornado o templo um mercado (imagino Jesus entrando nos templos atuais e fazendo outro escândalo pelos mesmos motivos que o fizeram expulsar os marcadores do templo em Jerusalém). A resposta me veio quando percebi que os líderes atuais estão pregando mensagens e adaptando os cultos segundo as necessidades e desejos das pessoas, no intuito de atrair cada vez mais fiéis assim tendo maior arrecadação financeira para arcar com as demandas denominacionais como rádios, tv's, jornais e etc.

Logo, mensagens que não agradam as pessoas como pregações sobre santificação, viver diário com Cristo, renúncia de desejos, vontades e etc., deram lugar a mensagens de prosperidade, vitória, bençãos e etc.

Não é difícil perceber que que tal doença é causada pela forte influência de modismos, filosofias e teorias mundanas. Tais influências vão mais longe do que alguém pode pensar,  como administrador, posso afirmar que estes métodos  em muito se parecem com as leis que regem o mercado. 

A verdade é que esta nova forma de se pregar o evangelho e alcançar pessoas  acabou por tornar o evangelho e os nossos tão belos sacramentos em produtos guiados não pelas leis de Deus, mas pelas leis de Smith, Taylor e Fayol, ou seja, o que rege a pregação do evangelho não é Marcos 16.15, mas a lei de oferta e demanda. Olhe bem, as pessoas passaram de ir a um culto não para adorar e comungar,  agora vão para consumir o culto. Os líderes por sua vez agora buscam novos métodos para encherem os seus templos de fiéis, adequando o produto (evangelho) ao gosto do cliente (fiéis). 

Qual o gosto do cliente no  culto que você freqüenta? Alguns gostam de boas músicas, outros querem vitórias e bênçãos. O fato é que são esses fatores que irão definir a forma que o culto será conduzido (Tarde da benção, noite de adoração, cruzada de milagres). Fico a me perguntar até quando implantação de métodos não interfere na essência do evangelho.  

Embora tais afirmações não possam ser generalizadas, pois existem muitas exceções, percebe-se que essa é uma moda que está se alastrando como a peste negra nas igrejas e causando a morte de milhares. 

Utilizando conceitos como postponment estão moldando o evangelho na fôrma das necessidades humanas, o prostituindo.O pior é que estão até utilizando o justin-in-time para preparar os  sermões, provocando palavras vazias de Deus e de Bíblia que não provocam mudanças nas pessoas, formando uma multidão que enchem o templos mas com o seu templo pessoal vazio de Deus. 

Como li outro dia em Cartas a Malcolm do Lewis: "Devemos nos lembrar que a ordem dada a Pedro foi 'Apascenta as minhas ovelhas', não 'Faz experiências com meus ratos' ou, então, 'Ensina novos truques aos meus cães amestrados'".  


Fonte: IDE

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