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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Donnie Swaggart - A Teologia da Prosperidade

 

"Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens." 
1Coríntios 15:19

Postado por  Edgard

sábado, 26 de novembro de 2011

+ Que Vencedores

Por Vinícius Musselman Pimentel e Yago Martins

Em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.  (Romanos 8:37)


Você não se sente encorajado ao ler estas palavras de vitória? Provavelmente, não existe texto bíblico melhor para falar disto do que Romanos 8. Vamos ver um pouco do que Paulo fala. Ele primeiro pergunta: “Quem nos separará do amor de Cristo?” e até dá algumas possíveis respostas: “Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” (v. 35). Ele chega a declarar que os crentes, por amor a Jesus, enfrentam “a morte todos os dias”, sendo “considerados como ovelhas destinadas ao matadouro” (v. 36). Depois destas fortes declarações sobre sofrimento, Paulo vem com a bombástica declaração: “em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou [Jesus]” (v. 37). Por meio de Jesus, somos mais que vencedores “em todas estas coisas”. Preste atenção! Em todas estas coisas e não “por cima dessas coisas”. Ou seja, Paulo está falando que em Cristo Jesus somos mais que vencedores mesmo passando por tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, ou morte por espada.


“Calma aí? Como assim? Pensei que ser mais que vencedor era ter uma fé tão forte ao ponto de não passar fome, mas ter a abundância do Senhor; não ter angústia, mas viver uma vida confortável. Como assim Paulo? Isso parece mais derrota. Como somos vitoriosos em meio a tanta aparente derrota?”


Paulo declara que isso é “por que… nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (v. 38,39). Nossa vitória está no fato de o sofrimento de todos os dias não serem capazes de nos separar de Cristo, e não por estarmos isentos de aflições. Pelo contrário, Paulo nos diz que por amor a Jesus enfrentamos a morte diariamente.


“Mas… mas… Eu tenho ouvido pregações sobre vitória, cantado músicas que falam de sucesso e lido livros sobre ser um campeão que não vive uma vida sofrida. Me disseram que se eu tivesse fé suficiente eu seria rico e nunca ficaria doente. Eu sei, eu não sou rico e fico doente, mas isso é porque eu não tenho uma fé tão forte como a do profeta.”


Bom, eu acho que você vai concordar comigo que Paulo provavelmente era um homem de fé. Se você ler 2 Coríntios 11 o verá contando sobre sua vida e os sofrimentos que passou. Ele diz que levou varadas e pedradas, passou por três naufrágios, passou fome e sede e muitas vezes sentiu frio e estava nu. Será que Paulo se esqueceu de declarar que ele era mais que vencedor? Será que ele não teve fé para profetizar riquezas? Será que ele não seguiu algum princípio bíblico para uma vida plena? É óbvio que o problema não era em Paulo.


“Tudo bem. Mas Paulo era um apóstolo. Eu não preciso sofrer por Cristo, preciso?”


Lembra que Paulo disse: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias”. Será que você ama a Jesus ao ponto de considerar Ele como seu Tesouro mais preciso e abandonar tudo por Ele? Será que você valoriza Cristo como mais precioso que saúde e riquezas? O autor de Hebreus nos faz o seguinte convite: “Saiamos até ele, fora do acampamento [do conforto], suportando a desonra que ele suportou”.


Você está pronto, a por amor a Jesus, enfrentar a morte todos os dias, desprezando as riquezas deste mundo? Ou você vai, por amor ao dinheiro, usar Jesus como seu cheque em branco?


Quero convidá-lo a ser verdadeiramente mais que vencedor em Cristo Jesus, passando por todo tipo de sofrimento por amor a Ele, sabendo que nada jamais irá separá-lo do seu verdadeiro Tesouro: Jesus.

Publicado no Voltemos ao Evangelho

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cafetões da Prosperidade

Por Ir. Marcos Pinheiro

Durante séculos a igreja pregou a renúncia e denunciou a cobiça como pecado. A pregação evangélica enfatizava que os crentes não deveriam se apegar às coisas materiais. Hoje, ter um encontro com Jesus constitui quase que ganhar na loteria. A pregação escatológica sobre a vinda de Jesus, a pregação sobre renúncia, negação de si mesmo, tomar a cruz, caminho estreito, submissão ao Espírito Santo e obediência perderam terreno. A maldita teologia da prosperidade apregoa que Jesus veio ao mundo pregar o Evangelho aos pobres justamente para que eles deixassem de ser pobres. Os cafetões da prosperidade têm ensinado que todos os crentes devem ser ricos financeiramente, ter o melhor salário, a melhor casa e o melhor carro. Se o crente não vive assim, é porque não tem fé, ou está em pecado, ou debaixo de alguma maldição. A ênfase é adquirir riquezas a qualquer custo. A ênfase é no sucesso, é chegar ao topo, é ser diamante aqui na terra. O grande mal dessa teologia da prosperidade é que Deus é visto como uma espécie de investimento, ou seja, o crente doa recursos financeiros na certeza de que Deus está obrigado a lhe dar uma resposta através de muito dinheiro. Existe nessa teologia uma nítida relação de troca. Aliás, para os cafetões da prosperidade toda e qualquer passagem bíblica serve como pretexto para estabelecer a relação de troca com Deus. A idéia de que Deus prometeu deixar ricos todos os crentes é uma falácia, é um engano. Aliás, Deus advertiu contra isto: “Os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (I Tm 6:9). Os cafetões da prosperidade postulam: “Se Deus é rei, então, seus filhos devem ter o que de melhor existe no mundo”. O resultado desse postulado maligno leva as pessoas a terem uma lista de ordens para Deus, chegando a decretar, determinar e exigir que o Senhor faça uma série de coisas. Aqui cabe uma pergunta: Quem somos nós para decretar, determinar, exigir alguma coisa de Deus? Imagine um servo que, ao invés de fazer o serviço, está dando ordens para o dono da casa. Isso seria um atrevimento. Podemos e devemos apresentar nossos pedidos diante do Senhor, mas nunca ordens, determinações. Nossa posição perante o Senhor é de servo submisso que não apresenta exigências, mas que busca viver conforme a Sua vontade. Servos não exigem, submetem-se. Os cafetões da prosperidade transformam Deus em nosso fantoche, um Deus que age de acordo com os nossos comandos e vontades. É preciso entender que Deus é Soberano e não podemos rebaixá-lo ao nível humano. A verdadeira prosperidade não consiste em conseguirmos tudo o que queremos, mas consiste em estarmos onde Deus quer que estejamos. Se o Evangelho for garantia de riqueza como apregoam os cafetões da prosperidade, então, Jesus não conheceu esse Evangelho, pois em Mateus 8:20 diz que Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Quando José e Maria foram ao templo apresentar Jesus no oitavo dia, levaram consigo a oferta do pobre “E para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos” (Lc 2:24). Em Levítico 12: 8 diz “Mas, se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomarás então duas rolas ou dois pombinhos”. Para os cafetões da prosperidade a situação financeira de José e Maria indica que o casal estava sob algum tipo de maldição, pois não tinham condições de ofertar um cordeiro. Paulo, também não conheceu esse Evangelho dos cafetões, pois viveu sem riquezas, “Até a presente hora sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas e não temos pousada certa” (I Co 4:11), “Como pobre mas enriquecendo a muitos” ( 2 Co 6:10). Para os cafetões da prosperidade, Paulo era um homem sem fé ou estava em pecado ou sob alguma maldição. Durante o período de perseguição o apóstolo João foi banido para a ilha de Patmos. A única população que existia naquela ilha era alguns prisioneiros exilados e condenados a viver lá até o fim de seus dias. João foi mandado para morrer na ilha de Patmos como os prisioneiros que estavam lá. Quantas noites de frio, João teve que enfrentar sem nenhum cobertor? Quantas vezes, João acordava, tremendo de frio, nas madrugadas geladas, devido às tempestades do mediterrâneo? Que tipo de comida João teve para se alimentar? Banido naquela ilha, isolado, longe da civilização, João não tinha dinheiro, nem conforto, nem igreja, nem pousada digna. Na visão dos cafetões da prosperidade, João era um derrotado e estava sob alguma maldição. Mas foi naquela situação aparentemente de fracasso que João foi arrebatado em espírito e recebeu as maravilhosas revelações do tempo do fim. A verdade é que os cafetões são criadores de expectativas ilusórias para o povo. Eles têm transferido o céu para a terra, dando ao céu um sentido materialista, visível, hedonista e egocêntrico. Manipulam as pessoas para que acreditem que para serem “valentes de Deus da última hora” têm de forçosamente mexer nas carteiras. Os cafetões da prosperidade seguem o exemplo e o legado de Geazi. Após Naamã ter recebido a cura de sua lepra queria ofertar o profeta Eliseu. O profeta, porém, achou injusto tirar proveito daquilo que Deus fez através dele e, recusou a oferta de Naamã. Geazi, servo de Eliseu, tinha um coração cobiçoso e, por isso, intentou desvirtuar o ato gracioso de Deus visando proveito próprio. Ao ver Eliseu recusar os presentes e o dinheiro de Naamã, Geazi foi atrás da caravana de Naamã para tomar para si aquilo que alimentaria seu espírito mercenário. Geazi deu início àquilo que ainda nos dias de hoje encontra ressonância: o assalto aos bolsos alheios através dos púlpitos. Há diferenças gritantes entre o verdadeiro pastor e o cafetão da prosperidade: o verdadeiro pastor busca o bem das ovelhas, o cafetão busca os bens das ovelhas, o verdadeiro pastor dirige igreja, o cafetão dirige igreja-empresa, o verdadeiro pastor vive à sombra da cruz, o cafetão vive à sombra dos holofotes. Os cafetões da prosperidade têm transformado a casa do Senhor em covil de iniqüidade, têm corrompido a igreja com doutrinas abomináveis, mas os seus dias estão contados. Nesta última hora, Deus vai purificar a sua igreja, vai queimar a palha sem valor em sua casa. O Senhor sairá como valente, despertará o seu zelo como homem de guerra e mostrará sua força contra seus inimigos. Nesse tempo do fim, o Senhor vai levar à falência todo mau trabalhador que tem usurpado os púlpitos. O Senhor vai acabar com todo ministério que for da carne, da autopromoção e da cobiça. Os dias de fingimento estão chegando ao fim, Deus vai destronar os cobiçosos, os cafetões da prosperidade. O Senhor vai acabar com o “Evangelho” das guloseimas. Todos conhecem a parábola das dez virgens. Cinco delas foram barradas da festa matrimonial porque tinham saído para comprar óleo quando o noivo chegou. O noivo não lhes perguntou aonde elas tinham estado; não as repreendeu por terem deixado faltar o azeite; não lhes disse que tinham chegado tarde demais. O noivo simplesmente disse-lhes: “Não vos conheço”. Este é o âmago da parábola. Em outras palavras Jesus, o noivo, estava dizendo-lhes: “Vocês nunca me levaram a sério; Vocês banalizaram a minha salvação; Vocês incentivaram o meu povo a avareza; Vocês conduziram a igreja a fazer barganha comigo”. Essas serão as palavras que os cafetões da prosperidade ouvirão do Grande Eu Sou!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Neopentecostalismo: Um Desserviço ao Evangelho!

Por Ir. Marcos Pinheiro



Diversos movimentos pentecostais têm surgido ao longo dos anos. Portanto, é preciso saber distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo. O conhecido movimento denominado neopentecostal surgiu nos meados do século XX. O neopentecostalismo se propôs a dinamizar as práticas litúrgicas, a cristologia, a eclesiologia e a prática hermenêutica. No que diz respeito à prática litúrgica, o neopentecostalismo apresenta um problema dos mais graves. Em seus cultos, as campanhas de cura, prosperidade material, saúde e revelação têm proeminência. A preocupação maior não é a glória de Deus, mas as necessidades humanas focadas por uma ótica hedonista.
O slogan das igrejas neopentecostais é: “Você nasceu para vencer”. É uma frase elegante e até estimula nossa vida diária, mas está teologicamente errada. Nós não nascemos para vencer. Nascemos para servir e glorificar a Deus. Nascemos para viver com Deus e para Deus. O alvo da nossa vida como servos do Senhor, deve ser Deus e não nós mesmos, e não nossos projetos pessoais. O crente verdadeiro tem um único projeto: glorificar a Deus em sua vida com sofrimento ou sem sofrimento, com revezes ou sem revezes. Os mártires da igreja se viam a si mesmos como secundários e Deus como o prioritário, por isso glorificaram a Deus em seus sofrimentos. Nos cultos neopentecostais o homem é o foco, é a causa e a razão. O homem é o centro do culto e Deus torna-se servo. A liturgia neopentecostal toma uma direção totalmente horizontal. Um slogan bastante usado pelos líderes neopentecostais é: “Aqui o milagre é coisa natural”. Ora, se é natural não é milagre. Ademais, esses líderes esquecem que o culto deve expressar a natureza espiritual da igreja e seu relacionamento com Deus.
A liturgia de um culto deve enfatizar o senhorio de Jesus e não apenas Jesus como provedor de necessidades humanas. O culto neopentecostal é pobre de Bíblia. A Bíblia não é central é periférica. As pregações são cheias de chavões positivos do tipo: “Deus tem uma vitória para você nesta noite”, “O gigante será derrotado nesse culto”, “Use a fé e prospere”. Enfim, é uma epidemia de confissões positiva e pouquíssima Bíblia. Dificilmente se ouvirá uma mensagem sobre perdão de pecados, a necessidade de arrependimento, vida de renúncia e a volta de Jesus nos púlpitos neopentecostais.
Os sermões neopentecostais mostram um Jesus fraco e demônios fortes. Mostram um Jesus que salva, mas não tem poder para encher a vida da pessoa. Tanto isso é verdade que na visão neopentecostal o crente continua de quando em quando sendo possesso de demônios. Há uma supervalorização dos demônios chegando às raias do ridículo: “Comece a se manifestar pomba gira”, “Manifeste-se exu tranca-rua” são frases que saem da boca dos gurus neopentecostais.
O clima de um culto neopentecostal é de lavagem cerebral pela técnica de repetição de frases curtas: “Olhe para seu irmão e diga…” Não é um clima de ensino e doutrina. A técnica é de manipulação e de despersonalização. A letra dos cânticos nos cultos neopentecostais expressa uma linguagem mística, e muitas vezes esotérica, sem abordar as verdades fundamentais da teologia cristã. Os grandes temas da fé como a salvação, a cruz, a redenção e a justificação não são mencionados nos cânticos. A realidade é que se espremermos a maioria dos cânticos neopentecostais não dá uma colher de sopa de doutrina. As letras das músicas são guisados de Jacó que trazem malefícios à fé apostólica. Falam de paz e amor para elevar o ego dos ouvintes. Quanto à cristologia constata-se claramente que a pessoa de Jesus se esvanece no neopentecostalismo.
O Cristo dos neopentecostais é uma pessoa decorativa, é uma pálida caricatura do Cristo do Novo Testamento, pois o nome de Jesus é mostrado como se fosse uma senha para acessar o site das maravilhas e fazer o download do milagre de que se necessita. O Jesus dos neopentecostais é mostrado não como a segunda pessoa da trindade, mas como um mágico, um talismã, um nome a manipular, um dístico. Tanto isso é verdade que a ênfase teológica do neopentecostalismo não é cristológica, mas pneumatológica, ou seja, a pessoa de Jesus é apagada e a ênfase é dada ao Espírito Santo. Para os pastores neopentecostais, Cristo é o canal para nos trazer o Espírito Santo, quando na verdade é o Espírito Santo quem nos conduz a Cristo e que desvenda a pessoa de Cristo ao fiel. Quando a cristologia é fraca a soberba do homem é grande. A palavra de João Batista “Importa que Ele cresça e que eu diminua” não encontra espaço no neopentecostalismo.
Os líderes neopentecostais se vêem como mediadores entre Deus e os homens. Sua palavra supera o valor das Escrituras. Eles disputam espaço com Cristo. Eles gritam: “Eu senti no meu coração e pronto”, ou seja, se sentiu no coração é verdade absoluta. Esquecem esses líderes que não é que nós sentimos em nosso coração, é o que a Bíblia diz. Se sentirmos de uma maneira, e a Bíblia disser de outra, nós é que estamos equivocados, e não a Bíblia.
Os crentes antigos oravam assim: “Senhor me esconde atrás da cruz de Cristo”, os líderes neopentecostais trocaram a oração por: “Senhor esconde a cruz de Cristo atrás de mim”. De acordo com as Escrituras o verdadeiro pastor pregar a obra de Jesus, mas os pastores neopentecostais completam a obra de Jesus, ou seja, Jesus só produz efeito na vida de uma pessoa através da “oração forte” que eles fizerem. Só eles têm poder sobre os demônios, só eles têm “a chave da oração forte”. Eles são o Sumo-Sacerdote e Jesus é apenas um ente espiritual. Nesse contexto, Jesus precisa ser reforçado pela “oração forte” de um guru neopentecostal. O neopentecostalismo é maléfico, pois apresenta um Evangelho descorado onde as visões e revelações estrambóticas é o referencial para o crescimento espiritual.
Enfim, o neopentecostalismo é um desserviço ao Evangelho.

domingo, 20 de novembro de 2011

Como o Anti-Semitismo corrompeu a Igreja

Por Renald Showers

Já se passaram quase dois mil anos desde que a nação de Israel falhou em aceitar Jesus como seu Messias e Redentor.
Quem levaria ao mundo a mensagem da salvação enquanto Israel estivesse espiritualmente afastado dessa missão (Rm 11)?

Na eternidade passada, Deus determinou constituir uma nova entidade para realizar Sua obra durante esse intervalo de afastamento espiritual de Israel, a saber, a Igreja. A Igreja seria de âmbito internacional, composta de crentes em Cristo de origem judaica e de crentes em Cristo gentios de todas as partes do mundo (Ef 2.11-3.11). Ela nasceu no Dia de Pentecostes, dez dias depois da ascensão de Jesus ao céu (At 2; At 11.15).

Jesus deu ordens para que a Igreja pregue o Evangelho (i.e., “boas novas”) de Sua morte, sepultamento e ressurreição a todos os povos do mundo, e que faça discípulos de todas as nações (Mt 28.19-20; Mc 16.15). Agora, o alvo de Satanás é a Igreja.

Satanás, primeiro, tentou destruí-la fisicamente através da perseguição. Embora muitos crentes em Cristo, judeus e gentios, tenham perdido sua vida como mártires, a Igreja continuou a crescer e a se expandir em todo o Império Romano. Assim, no início do quarto século, Satanás chegou à conclusão de que não conseguiria destruir a Igreja fisicamente.

Então, Satanás passou a pervertê-la através de crenças e práticas contrárias ao que a Bíblia ensina. Ele utilizou dois meios para atingir seu objetivo: a união da Igreja com o Estado e a Teologia da Substituição.

Do ano 311 d.C. ao ano 380, o governo romano mudou de estratégia; em vez de tentar aniquilar o cristianismo, passou a adotá-lo como a única religião permitida, ou seja, a religião oficial do Estado. Por causa desse casamento da Igreja com o Estado, um número enorme de descrentes adentrou as igrejas, inundando-as com suas crenças e práticas pagãs.

Além disso, líderes da Igreja Gentílica se dedicaram ao estudo da filosofia grega e das concepções anti-semitas. Em menos de um século depois da morte dos apóstolos, líderes importantes da Igreja Gentílica conceberam a idéia de que Deus rejeitara permanentemente Israel e o substituíra pela Igreja porque a nação de Israel rejeitou a Jesus. Dessa forma, a Igreja passou a ser o “Israel de Deus”. Esse ponto de vista equivocado se denomina Teologia da Substituição.

A mistura de crenças e práticas pagãs com filosofia grega e anti-semitismo alterou radicalmente as já estruturadas eclesiologia (natureza e função da Igreja) e escatologia (a doutrina dos acontecimentos futuros) da Fé Cristã.

Alterações na Eclesiologia:

Diante do fato de que as religiões pagãs e o povo de Israel tinham várias ordens sacerdotais, a igreja desenvolveu um sacerdócio, alterando a estrutura de liderança formada por presbíteros e pastores para uma liderança constituída de um sumo sacerdote no topo da escala hierárquica e diversos níveis sacerdotais subordinados.

E, uma vez que as religiões pagãs e o povo de Israel ofereciam continuamente sacrifícios de sangue, a igreja instituiu uma alteração no significado da Ceia do Senhor, mudando de um memorial da morte de Jesus (que é a concepção das Escrituras) para um contínuo sacrifício do Salvador.

Alterações na Escatologia:

A concepção original da Igreja era o quiliasmo (essa concepção atualmente se denomina Pré-Milenismo, que é defendida pelo nosso ministério). [N. do T.: quiliasmo vem da palavra grega chilias, “mil”, de onde se originaram os termos “milênio” e “milenarismo”. Hoje em dia, o termo quiliasmo é geralmente usado em sentido restrito para referir-se à crença de que Cristo voltará antes do Milênio]. O quiliasmo afirmava que o Messias um dia voltará e reinará politicamente na qualidade de Soberano do Reino Teocrático de Deus na Terra, durante o último período da história desta Terra atual.

Pelo fato de que essa também era a concepção na qual o antigo Israel cria, líderes anti-semitas da Igreja Gentílica a rejeitaram sob o pretexto de ser “opinião judaica”. Eles a substituíram por um novo conceito denominado Amilenismo. O ponto de vista amilenista assevera que não haverá um futuro Reino Teocrático de Deus na Terra governado pelo Messias. Pelo contrário, o Amilenismo afirma que o futuro Reino de Deus predito na Bíblia vem a ser a Igreja – um reino que, em vez de ser político, é inteiramente espiritual, estabelecido por Jesus na ocasião de Sua Primeira Vinda.

A Igreja Católica Romana, que adotou a Teologia da Substituição e o Amilenismo durante toda a Idade Média, reivindicou ser o Reino de Deus na Terra predito na Bíblia e, por conseguinte, acreditava que tinha o direito de impor suas crenças e diretrizes políticas sobre todos os povos. Baseada nisso, ela se tornou uma poderosa máquina religiosa e política que, por muitos séculos, dominou todos os aspectos da vida na Europa Ocidental, a ponto de tanto entronizar quanto destronar reis e imperadores, além de perseguir multidões incontáveis de judeus.

Os reformadores que protagonizaram a Reforma Protestante do século XVI romperam com a Igreja Católica Romana em várias áreas da eclesiologia e da doutrina. Eles enfatizaram as seguintes verdades do Novo Testamento: a justificação unicamente pela fé; o sacerdócio de cada crente em Cristo; e a Bíblia como autoridade única de fé e prática.
Contudo, no que diz respeito à escatologia, os reformadores rejeitaram o Quiliasmo (i.e., Pré-Milenismo) considerando-o como “opinião judaica” e sustentaram a concepção amilenista da Igreja Católica Romana.

Satanás Infecta o Protestantismo

O fundamento protestante, enfatizado no século XVI, da justificação unicamente pela fé, era uma ameaça para Satanás. Se as pessoas, em vez de confiarem em suas “boas obras”, viessem a depositar a sua fé exclusivamente em Jesus, passariam a ser genuínos crentes em Cristo e seriam transferidas do reino de Satanás para o Reino do Filho de Deus (Cl 1.13-14). De modo que o Protestantismo se tornou alvo do ataque de Satanás.

Primeiramente, Satanás tentou destruí-lo fisicamente por meio da perseguição. Muitos protestantes foram martirizados na Alemanha, França, Holanda, Inglaterra e na Escócia. Porém, quanto mais se perseguia o Protestantismo, mais rapidamente ele se propagava.

Então, ao perceber que não conseguiria aniquilar o Protestantismo, Satanás tentou pervertê-lo através de crenças e práticas contrárias ao que a Bíblia ensina. Por vários séculos, Satanás usou uma série de movimentos intelectuais e filosofias que rejeitavam a Bíblia como o registro divinamente inspirado da Revelação de Deus ao homem, numa tentativa de solapar a fé bíblica de muitos protestantes.

Em conseqüência disso, no final do século XIX e começo do século XX, um percentual significativo do Protestantismo se corrompeu com crenças contrárias à Bíblia. Muitos passaram a negar a realidade da Queda e da natureza pecaminosa do ser humano; a inspiração divina e a autoridade da Bíblia; o nascimento virginal de Cristo; a divindade, a expiação substitutiva, a ressurreição corporal e a Segunda Vinda de Jesus Cristo.

Deus soberanamente contrabalançou tal perversão satânica com o avivamento Wesleyano do século XVIII, com o Grande Despertamento nas Colônias Americanas, com o Segundo Despertamento, com os avivamentos liderados por D. L. Moody, com o movimento dos institutos bíblicos, com a criação de organizações missionárias de fé, e com as conferências sobre a profecia bíblica.

Por volta do fim da Primeira Guerra Mundial, uma parcela considerável do Protestantismo rejeitava a revelação divina em todas as suas formas, revelação essa que é o único meio de se constatar a existência do Deus criador e soberano do universo. Satanás usou essa rejeição para lançar seu mais atual ataque nessa guerra contra Deus: a crescente negação da existência de Deus.

Essa negação tem produzido as seguintes mudanças radicais na sociedade: uma atitude de desespero quanto ao supremo significado e propósito da vida humana; a rejeição de valores morais absolutos, provocando um colapso da moralidade; o repúdio da verdade objetiva para toda a humanidade; a rejeição de um padrão objetivo que possibilite discernir entre o certo e o errado; uma redefinição do que vem a ser tolerância; um movimento feminista radical; e uma absoluta tendência de humanizar Jesus Cristo e divinizar o ser humano.

Ao que parece, Satanás está preparando o terreno para lançar a maior de todas as investidas na sua guerra contra Deus.

Renald E. Showers é autor, professor e conferencista internacional a serviço de The Friends of Israel.

Publicado no Beth-Shalom
 



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cristãos: Perseguição, espancamento e morte.

 

Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou;

E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
2 Timóteo 3:11-12
Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou;

E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
2 Timóteo 3:11-12
Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou;

E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
2 Timóteo 3:11-12

Gostaria de compartilhar com vocês este vídeo, ele possui imagens chocantes de barbáries cometidas a cristãos. É fácil de encontrar uma imensa quantidade de materiais sobre o assunto em questão na internet, inclusive de pessoas sendo queimadas vivas, sem um mínimo direito de defesa. Um estudo diz que perto de 165.000 cristãos são martirizados todos os anos; Um cristão é martirizado a cada 3 minutos; Mais de 250 milhões de cristãos em mais de 60 nações estão vivendo sob perseguição; 60% dos cristãos perseguidos em todo o mundo são crianças.






Edgard Antunes.

Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou;

E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições
2 Timóteo 3:11-12

domingo, 13 de novembro de 2011

Que as igrejolas que pregam um falso evangelho desapareçam!


A maioria das pessoas está em busca de solução para os seus problemas, uma vida melhor, vida de paz, sem problemas, sem doença, mas são avessas às exortações, às recomendações de santificação. Estão buscando pão como nos dias de Jesus.
Hoje, existem algumas igrejolas que oferecem a essas pessoas exatamente aquilo que elas querem necessitam. E se você repreende alguém, recebe esta advertência: “Veja o bem que estou recebendo! Se me faz bem, deve ser de Deus!”, ou seja, se traz sucesso, solução, faz mudar de vida e traz felicidade, deve ser de Deus.

O interessante com essas igrejolas é que o modo como vem a “bênção”. Eles ensinam que se você obedecer a uma fórmula, pré-estabelecida, a bênção virá, assim como a felicidade, a paz, a cura...

Essa formula, normalmente, é algo que envolve um pastor super ungido, o “seu pai” espiritual que intercede por você a Jesus, ou algo relacionado a dinheiro. Sempre são fórmulas alheia às Santas Escrituras.

Geralmente, a ideia surge de uma visão que alguém teve, e daí é elaborado o sistema. As fórmulas podem até citar as Escrituras, mas citem ao acaso, com texto fora do contexto transformado em pretexto. Uma fórmula mágica.

Outro aspecto que é característico de uma igrejola que está a fim de transformar você numa pessoa “estranha” é o testemunho pessoal. O que os bispos, pastores, apóstolos destas igrejolas falam é sobre sua vida, o que era e o que são agora. Que eram assim até entrarem para esta “igreja”, o seu problema está resolvido.

Não ensinam as doutrinas fundamentais do cristianismo. Enfatizam apenas uma fórmula. Vejam que eles, ao enfatizarem seus testemunhos, começam com eles e terminam com eles, e não com Jesus como Senhor, apesar de citá-lO. Eles enfatizam apenas o que é prático. Negligenciam a doutrina.

Nessa linha de pensamento, outra característica semelhante das igrejolas é que elas oferecem a cura e a bênção “imediatamente”. Já notou isso? É o método do “atalho”, e por isso conseguem tantos adeptos.

Qualquer coisa que ofereça “atalhos” espirituais não é cristianismo da Bíblia. Mas as igrejolas perguntam: “O que você está precisando? Qual o seu problema?” E responde: “Venha. Nós podemos ajudá-lo”. E oferecem o remédio barato, fácil e rápido: saúde, cura física, a bênção que soluciona todos os seus problemas.

Mas o método do Evangelho é muito diferente. A primeira coisa do Evangelho é o conhecimento de Deus. Está é a grande mensagem da Bíblia. Abomino as igrejolas, abomino pastores, bispos, apóstolos, pessoas que estão fazendo isso nas igrejolas. Elas não passam no teste que é a Pessoa de Cristo.

Todo movimento ou ensino que não faça do Senhor Jesus Cristo e Sua morte na cruz e Sua gloriosa ressurreição uma necessidade absolutamente central, não é cristã, e sim manifestação das “astutas ciladas do diabo”.

Isso quer dizer que qualquer ensino ou movimento que diga que você pode ter esta ou aquela benção sem primeiro crer no Senhor Jesus Cristo como o Filho de Deus, como Salvador de sua alma e Senhor de sua vida, e que sem Ele você não é nada, é uma negação das Escrituras e do Cristianismo.

Não há acesso a Deus e não há conhecimento de Deus como Salvador e Libertador se não for por meio de Cristo. As igrejolas são um insulto a Deus, a Jesus Cristo, não têm direito de existir. Se você acha que Jesus não é suficiente e que deve ir às igrejolas em busca de ajuda e “bênção” (cura, prosperidade…), você está negando-O e insultando-O.

A fé que sustentou, fortaleceu e abençoou os santos no transcurso dos séculos e que tem resistido a todos os testes que se podem conceber é suficiente. Você não tem necessidade de seguir alguma ideia nova, moderna, que só passou a existir no século passado ou neste.
Publicado no Blog Assem-Bereia de DEUS
 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A unção da Bicharada

Por Renato Vargens


Por acaso você já percebeu que vivemos numa época onde se tem unção para todo tipo de gosto? Pois é, os adeptos da "zooteologia" acreditam que pessoas em estados alterados de consciência recebem da parte de Deus a mais variada unção de animais.
Diante disto sou obrigado a confessar que a unção da bicharada é algo que me deixa extremamente intrigado, até porque, não vejo em nenhum momento da Bíblia os apóstolos usufruindo de tais manifestações espirituais. Por acaso existem relatos nas Escrituras de Paulo latindo? Ou de Pedro uivando? Ou Timóteo rugindo? Claro que não. Entretanto, os adeptos da "zooteologia" acreditam que algumas pessoas recebem da parte de Deus a unção de animais, o que as faz latir como cães, pular como macacos, rastejar como cobras.
Lembro que há pouco tempo a Ana Paula Valadão e o ministério Diante do Trono protagonizaram uma das piores cenas já vistas. Movidos por aquilo que denominam de unção dos quatros seres viventes, os integrantes deste famoso grupo rugiam como leões, batiam os braços imitando as asas de uma águia, além de rolarem como bichos palco abaixo.
Caro leitor, sinceramente confesso que não sei aonde vamos parar. O que fizeram com o evangelho de Cristo? O que fizeram da sã doutrina? Diante disto tudo lhe pergunto: Que Cristianismo é esse? Que Evangelho é esse? Que doutrinas são estas? Ora, esse não é e nunca foi o evangelho anunciado pelos apóstolos. Antes pelo contrário, este é o evangelho que alguns dos evangélicos fabricaram! Infelizmente, a Igreja deixou de ser a comunidade da palavra de Deus cuja fé se fundamenta nas Escrituras Sagradas, para ser a comunidade da pseudo-experiência, do dualismo, do misticismo e do neomaniqueismo!
Como cristão repudio veementemente essa zooteologia esdrúxula que só serve para confudir o povo de Deus além obviamente de levar aos incautos deste século a blasfemarem contra o Senhor. Além disso, rogo ao Deus Todo-Poderoso que nos livre e guarde das loucuras e aberrações deste tempo!

Maranata!
 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Armínio versus Calvino


O termo Calvinismo é dado ao sistema teológico da Reforma protestante, exposto e defendido por João Calvino (1509-1564). Seu sistema de interpretação bíblica pode ser resumido em cinco pontos, conhecidos como “os 5 pontos do Calvinismo” (TULIP em inglês):

1 – (Depravação total) – Todos os homens nascem totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões espirituais;

2  – (Eleição incondicional) – Deus escolheu dentre todos os seres humanos decaídos um grande número de pecadores por graça pura, sem levar em conta qualquer mérito, obra ou fé prevista neles;

3 – (Expiação limitada) – Jesus Cristo morreu na cruz para pagar o preço do resgate somente dos eleitos;

4 – (Graça Irresistível) – A Graça de Deus é irresistível para os eleitos, isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles;

5 – (Perseverança dos Santos) – Todos os eleitos vão perseverar na fé até o fim e chegar ao céu. Nenhum perderá a salvação.

O Arminianismo é o sistema de Teologia formulado por Jacobus Arminius (1560-1609), teólogo da Igreja holandesa, que resolveu refutar o sistema de Calvino.
Armínio apresentou seu sistema em 5 pontos:

1 – Capacidade humana, Livre-arbítrio - Todos os homens embora sejam pecadores, ainda são livres para aceitar ou recusar a salvação que Deus oferece;

2 – Eleição condicional - Deus elegeu os homens que ele previu que teriam fé em Cristo;

3 – Expiação ilimitada – Cristo morreu por todos os homens e não somente pelos eleitos;

4 – Graça resistível – Os homens podem resistir à Graça de Deus para não serem salvos;

5 – Decair da Graça – Homens salvos podem perder a salvação caso não perseverem na fé até o fim.

O sistema teológico de Armínio foi derrotado no Sínodo de Dort em 1619 na Holanda, por ser considerado anti-bíblico. Por incrível que possa parecer, hoje o Arminianismo é o sistema teológico adotado pela maior parte das igrejas evangélicas. As seitas e o Catolicismo Romano também rejeitam o Calvinismo.

Abaixo, uma tabela comparativa entre os dois sistemas teológicos:

ARMINIANISMO X CALVINISMO
Categoria Arminianismo Calvinismo
  1. Livre-Arbítrio ou Capacidade Humana 1. Incapacidade Total
ou Depravação Total
Depravação Total Embora a queda de Adão tenha afetado seriamente a natureza humana, as pessoas não ficaram num estado de total incapacidade espiritual. Todo pecador pode arrepender-se e crer, por livre-arbítrio, cujo uso determinará seu destino eterno. O pecador precisa da ajuda do Espírito, e só é regenerado depois de crer, porque o exercíco da fé é a participação humana no novo nascimento.
(Is 55:7; Mt 25:41-46; Mc 9:47-48; Rm 14:10-12; 2Co 5:10)
O homem natural não pode sequer apreciar as coisas de Deus. Menos ainda salvar-se. Ele é cego, surdo, mudo, impotente, leproso espiritual, morto em seu pecado, insensível à graça comum. Se Deus não tomar a iniciativa, infundindo-lhe a fé salvadora, e fazendo-o ressuscitar espiritualmente, o homem natural continuará morto eternamente. (Sl 51:5; Jr 13:23; Rm 3:10-12; 7:18; 1Co 2:14; Ef 1:3-12; Cl 2:11-13)
  2. Eleição Condicional 2. Eleição Incondicional
Eleição Incondicional Deus escolheu as pessoas para a salvação, antes da fundação do mundo, baseado em Sua presciência. Ele previu quem aceitaria livremente a salvação e predestinou os salvos. A salvação ocorre quando o pecador escolhe a Cristo; não é Deus quem escolhe o pecador. O pecador deve exercer sua própria fé, para crer em Cristo e ser salvo. Os que se perdem, perdem-se por livre escolha: não quiseram crer em Cristo, rejeitaram a graça auxiliadora de Deus.
(Dt 30:19; Jo 5:40; 8:24; Ef 1:5-6, 12; 2:10; Tg 1:14; 1Pe 1:2; Ap 3:20; 22:17)
Deus elegeu alguns para a salvação em Cristo, reprovando os demais. Aos eleitos Deus manifesta a Sua misericórdia e aos reprovados a Sua justiça. Deus não tem a obrigação de salvar ninguém, nem homens nem anjos decaídos. Resolveu soberanamente salvar alguns homens (reprovando todos os demais) e torná-los filhos adotivos quando eram filhos das trevas. Teve misericórdia de algumas criaturas, e deixou as demais (inclusive os demônios) entregues às suas próprias paixões pecaminosas. A salvação é efetuada totalmente por Deus. A fé, como a salvação, é dom de Deus ao homem, não do homem a Deus. (Ml 1:2-3; Jo 6:65; 13:18; 15:6; 17:9; At 13:48; Rm 8:29, 30-33; 9:16; 11:5-7; Ef 1:4-5; 2:8-10; 2Ts 2:13; 1Pe 2:8-9; Jd 1:4)
  3. Redenção Universal ou Expiação Geral 3. Redenção Particular ou Expiação Limitada
Expiação Limitada O sacrifício de Cristo torna possível a toda e qualquer pessoa salvar-se pela fé, mas não assegura a salvação de ninguém. Só os que crêem nEle, e todos os que crêem, serão salvos.
(Jo 3:16; 12:32; 17:21; 1Jo 2:2; 1Co 15:22; 1Tm 2:3-4; Hb 2:9; 2Pe 3:9; 1Jo 2:2)
Segundo Agostinho, a graça de Deus é “suficiente para todos, eficiente para os eleitos”. Cristo foi sacrificado para redimir Seu povo, não para tentar redimi-lo. Ele abriu a porta da salvação para todos, porém, só os eleitos querem entrar, e efetivamente entram.
(Jo 17:6,9,10; At 20:28; Ef 5:15; Tt 3:5)
  4. Pode-se Efetivamente Resistir ao Espírito Santo 4. A Vocação Eficaz do Espírito
ou Graça Irresistível
Graça Irresistível Deus faz tudo o que pode para salvar os pecadores. Estes, porém, sendo livres, podem resistir aos apelos da graça. Se o pecador não reagir positivamente, o Espírito não pode conceder vida. Portanto, a graça de Deus não é infalível nem irresistível. O homem pode frustrar a vontade de Deus para sua salvação.
(Lc 18:23; 19:41-42; Ef 4:30; 1Ts 5:19)
Embora os homens possam resistir à graça de Deus, ela é, todavia, infalível: acaba convencendo o pecador de seu estado depravado, convertendo-o, dando-lhe nova vida, e santificando-o. O Espírito Santo realiza isto sem coação. É como um rapaz apaixonado que ganha o amor de sua eleita e ela acaba casando-se com ele, livremente. Deus age e o crente reage, livremente. Quem se perde tem consciência de que está livremente rejeitando a salvação. Alguns escarnecem de Deus, outros se enfurecem, outros adiam a decisão, outros demonstram total indiferença para as coisas sagradas. Todos, porém, agem livremente.
(Jr 3:3; 5:24; 24:7; Ez 11:19; 20; 36:26-27; 1Co 4:7; 2Co 5:17; Ef 1:19-20; Cl 2:13; Hb 12:2)
  5. Decair da Graça 5. Perseverança dos Santos
Perseverança dos Santos Embora o pecador tenha exercido fé, crido em Cristo e nascido de novo para crescer na santificação, ele poderá cair da graça. Só quem perseverar até o fim é que será salvo.
(Lc 21:36; Gl 5:4; Hb 6:6; 10:26-27; 2Pe 2:20-22)
Alguns preferem dizer “perseverança do Salvador”. Nada há no homem que o habilite a perseverar na obediência e fidelidade ao Senhor. O Espírito é quem persevera pacientemente, exercendo misericórdia e disciplina, na condução do crente. Quando ímpio, estava morto em pecado, e ressuscitou: Cristo lhe aplicou Seu sangue remidor, e a graça salvífica de Deus infundiu-lhe fé em para crer em Cristo e obedecer a Deus. Se todo o processo de salvação é obra de Deus, o homem não pode perdê-la! Segundo a Bíblia, é impossível que o crente regenerado venha a perder sua salvação. Poderá até pecar e morrer fisicamente (1Co 5:1-5). Os apóstatas nunca nasceram de novo, jamais se converteram.
(Is 54:10; Jo 6:51; Rm 5:8-10; 8:28-32, 34-39; 11:29; Fp 1:6; 2Ts 3:3; Hb 7:25)
  Rejeitado pelo Sínodo de Dort Este foi o sistema de pensamento contido na “Remonstrância” (embora originalmente os cinco pontos não estivessem dispostos nessa ordem). Esse sistema foi apresentado pelo arminianos à Igreja na Holanda em 1610, mas foi rejeitado pelo Sínodo de Dort em 1619 sob a justificativa de que era anti-bíblico. Reafirmado pelo Sínodo de Dort Este sistema de teologia foi reafirmado pelo Sínodo de Dort em 1619 como sendo a doutrina da salvação contida nas Escrituras Sagradas. Naquela ocasião, o sistema foi formulado em “cinco pontos” (em resposta aos cinco pontos apresentados pelos arminianos) e desde então tem sido conhecido como “os cinco pontos do calvinismo”.